Fenômeno Ozempic: o aumento na oferta de roupas plus-size no second hand e a volta da magreza extrema

Vocês também repararam nisso? Nos últimos meses, tem aparecido muita roupa plus-size incrível nas plataformas de second hand — tipo Vintage, Micolect e afins. E não é coincidência: esse movimento tem tudo a ver com o boom do Ozempic e essa nova (ou velha?) onda da magreza extrema que está voltando a dominar o feed.

Pra quem ainda não ouviu falar, o Ozempic é um remédio criado pra tratar diabetes tipo 2, mas que acabou virando o queridinho de quem quer perder peso rápido, mas ele não está spzinho no mercado. Associamos o nome Ozempic como o símbolo do fenômeno das canetinhas emagrecedoras, mas a verdade é que esse é um dos diversos remédios injetáveis - como Mounjaro, Victoza, Wegovy, e afinas – que se popularizaram por entregarem perdas de peso superiores a 15%. Celebridades, influenciadores, gente “comum”, todo mundo está falando e usando. E o resultado? Muita gente emagrecendo de repente e, claro, desfazendo-se de um guarda-roupa inteiro que já não serve mais.

E é aí que o second hand entra: essas peças, muitas vezes novíssimas e de boas marcas, estão indo parar nessas plataformas. Ou seja, pra quem veste tamanhos maiores, o que antes era superdifícil de encontrar, agora virou uma chance de ouro pra garimpar roupas estilosas e de qualidade.

Mas nem tudo são flores! Ao mesmo tempo que a gente comemora essa nova oferta, é impossível não perceber que o padrão da magreza extrema está voltando a ganhar espaço. Nas passarelas, nas revistas e, principalmente, nas redes sociais. Depois de tantos avanços em diversidade de corpos e representatividade, ver esse movimento dá uma sensação de déjà vu, né? Tipo… estamos mesmo voltando pros anos 2000?

A moda sempre foi um reflexo do que está acontecendo no mundo, e o second hand é quase um espelho disso. Quando vemos o que está sendo vendido, dá pra entender muita coisa sobre comportamento, autoestima e até sobre as pressões que nós enfrentamos pra “caber” em certos padrões.

No fim das contas, o “fenômeno Ozempic” não é só sobre emagrecimento, mas sim sobre o retorno de uma ideia de corpo perfeito que, sinceramente, já deveria ter ficado no passado. A moda pode (e deve!) acompanhar as mudanças do corpo, mas sem transformar isso em mais uma corrida pela aceitação.

Porque, no fundo, o que a gente quer é se vestir bem no corpo que tem hoje e se sentir bem com isso. 💙